sábado, 13 de dezembro de 2008

Com mais calma

Então, agora estou mais calma, embora minhas malas continuem desaparecidas.

Vamos começar do começo.
Eu nasci em 30 de agosto de 1980. Era uma estrelada noite de sábado...
Brincadeirinha!
Saí de BH, ontem, as 10:05h da manhã. Cheguei em SP as onze e o horário do meu outro vôo era 17:55h, mas acabou saindo só quase 19:00. Eu achei que ia ficar entediada de passar o dia inteiro no aeroporto, mas o tempo passou super rápido, fiquei no telefone praticamente o dia inteiro, resolvendo o que dava no último dia de trabalho que eu não fui. Quando entrei no avião, estava tão cansada que dormi antes de decolar. Acordei na decolagem e depois umas oito, na hora do jantar. Do meu lado tinha uma senhora muito simpática. Eu falando com a comissária tudo em português e ela respondendo meio esquisito, nem tinha me tocado. Só reparei qdo ela perguntou se eu queria terneira ou pasta. Que diabo é terneira? Carne, a senhora simpática me ajudou e me lembrou que já tinha começado. Pra beber ela me recomendou a Fanta Lima que eu gostei só um pouco, queria mesmo era um ice tea. Aí chegou a comida: a massa na marmitinha, pão, manteiga, queijo polenghinho, salada e uma mousse de maracujá. Uai, será que eles já dão o café da manhã junto? Não, era só a entrada, dã! Capotei e só acordei com o café da manhã.

Chegamos em Madri pouco depois das sete, tava tudo escuro e eu desesperada com medo de perder minha conexão, cujo embarque era 7:30h. Saí correndo pelo aeroporto enorme, passei na frente de umas pessoas no detector de metais, meu relógio caiu no chão e quebrou inteiro (quem manda comprar relógio vagabundo?), mas ainda consegui chegar a tempo de ser uma das primeiras a embarcar. Capotei de novo e acordei em Barcelona. Não sei exatamente que horas chegamos (pq quebrei meu relógio), mas tava um sol lindo. Fraco, mas lindo. Procurei a minha esteira e esperei, esperei e esperei. Tava muito estranho, ficava um tempão parada, recomeçava e parava de novo. Até que cansei de esperar e fui fazer uma reclamação na Ibéria, tinha uma galera lá. Fiquei um pouco na fila e lembrei do transfer que ia acabar me deixando lá. Não consegui encontrá-lo e voltei pra fila. Conversei um tempão com a Gabriela, uma capixaba, que mora em BH e vai ficar seis meses aqui em Barcelona, muito simpática! Fiz o registro e voltei de mãos abanando, minhas malas provavelmente estão em Madri e devem chegar só amanhã.

Quando saí da área do desembarque, não tinha ninguém me esperando. Liguei e o cara ficou de chegar em cerca de 25 minutos. Liguei o computador mas fiquei com preguiça de pagar pela internet. Logo o cara chegou e me levou para a casa. [O Barcelona tá jogando aqui contra o Real Madri – CLÁSSICO – e acabou de fazer um gol.] Eu tive a impressão de que a gente pegou uma avenidona sem fim e, quando virou, já tava na rua. O prédio é mó antigo, super bonito, mas o elevador deu medo. A primeira porta é de ferro, toda vazada, depois tem uma porta de vidro e madeira que é de correr. Ele dá um tranco, depois vai super devagarinho. Um pouco assustador. Quando cheguei, a moça que cuida da casa não estava, me falou por telefone que só tava me esperando pra amanhã e, por isso, não tinha arrumado nada meu, mas que já iria voltar. [Barcelona fez outro gol!!!] Leia-se com isso que eu estava sem roupa de cama e de banho. Logo eu que tava louca pra tomar banho. A primeira pessoa que conheci foi o Jefferson, um brasileiro de Três Rios, muito legal! Me deu vááááárias dicas. Aqui é um apartamento, chamado residência estudantil. É como se fosse uma república, mas tem uma moça, a Samoya, que mora aqui, administrando. Tem duas pessoas em cada quarto e a sala de televisão que é área comum. O café da manhã e o jantar estão incluídos na diária. No meu quarto comigo, vai ficar a Alina, uma russa. Foi engraçado que logo que cheguei, conversei um pouco, ela falou pra eu dançar. Tipo, como assim? Ah, dança aí, vc não sabe? Coisa mais estranha! O Jefferson me ajudou e disse que eu não ia poder dançar pq não tinha música, boa saída. Tem também duas meninas do Uzberquistão (!) e uma outra que acho que é da Alemanha. Mas aí eu fiquei meio de stand by, não tinha como tomar banho, não tinha minhas coisas, meio que fiquei esperando a Samoya chegar. Liguei meu computador, achei uma rede dando sopa e peguei o meu número do cloncon (tipo um cartão telefônico internacional que eu tenho). Aqui não tem telefone, desci pra usar o telefone público e não consegui fazer nenhuma ligação, nem do cloncom, nem a do seguro que era grátis. Voltei, liguei do celular, espero que tenha sido de graça pq as tarifas da TIM são complicadas: U$4,69 pra fazer ligação e R$2,19 para receber, isso mesmo, em dólares e por minuto. Ah, mas eu tava tão agoniada com esse negócio da mala e foi tão pouco tempo que nem tem problema que o toll free não seja free. Daí o povo foi saindo e no final ficou eu e a Gina, praticamente me ofereci pra ir com ela pois não tava nem um pouco afim de ficar aqui sozinha. Ela foi super legal, a gente pegou o metrô e foi num shopping lá longe só pra eu comprar um pijama. Foi bom dar uma situada no metrô e o pijama é lindo, igual da Rachel. J A blusa foi 7,95, a calça 14,95, a calcinha 2,95 e a meia eu esqueci o preço. E eu não sei cadê o euro nesse teclado. Peguei os dois últimos meio correndo e depois que cheguei em casa vi que era uma calçola e não uma calcinha, mas tá valendo, era só reserva mesmo. A droga do meu cartão de crédito não passou e eu tive que pagar com dinheiro. Acho que o João Vítor tinha razão e eu tenho que desbloqueá-lo para o país de destino. Tomei um sorvete (nada a ver com esse frio todo) de 3,10 euros, era de cookie, mas tinha outra coisa que eu não identifiquei. E a casquinha era toda envolta em chocolate, muito gostosa, mas pedi uma bola só e, mesmo assim, não agüentei comer inteiro. Depois disso, já pegamos o metrô de volta. Quando voltamos, a Samoya estava aqui e me indicou um supermercado. Como ela já tinha me dado um sabonete líquido, me recusei a pagar mais de sete reais em dois sabonetes Dove (só comprava junto), a minha mala vai chegar amanhã mesmo, quebro o galho com o líquido só hoje. Comprei um desodorante pq a vaca da moça do detector de metal em Guarulhos jogou fora (eu nem lembrava que aquele desodorante aerosol era líquido!) e umas porcariazinhas mais (salgadinho, mini-oreo, escova de dentes e água). Deu 8,60 (outro dia procuro o euro no teclado).

Quando voltei, o jantar tava pronto: arroz com ervilha, milho, vagem e outras coisas não-identificáveis, mas muito gostosas, lingüiça, salada, suco de abacaxi e maçã e torta de maçã de sobremesa. Depois do jantar, eu tomei o tão sonhado banho.

Fiquei aqui conversando com o pessoal e depois configurei meu número do skype. Falei com o meu pai, com minha mãe, com o pai e a mãe do Zezé e com ele. Agora é meia-noite e vinte e estou aqui escrevendo. Uma coisa que to achando muito estranha é que o povo já foi dormir há muito tempo! Eu cheguei hoje, to cansada e não ia sair anyway, mas pô, “todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite”. Pelo jeito, o povo aqui não...

3 comentários:

Anônimo disse...

Ju, meu maior medo disso tudo é o seu cartão de crédito não estar desbloqueado aí... Você tem que resolver isso o quanto antes, pois senão como você vai comprar os meus presentes...
No mais é isso, relaxa com a mala (eles vão dar um jeito), aproveita e vai gastando seu visa electron.
Beijos,
Zezé

Anônimo disse...

Ô bosta! e comigo vc não falou pelo skype não? hein?

han.

apesar disso, eu tô com saudade. muita mesmo. :/

beijo (a mamãe tá mandando um beijo tbm).

Cau Rios disse...

Com calma tudo se resolve...

Hasta pronto!